Sem cor.
Posted: sexta-feira, 14 de setembro de 2012 by Paraíba in
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Os
beijos da cegueira são os beijos da verdade.
É
deitar-se no campo disforme do rompimento.
Gritos
ocos, tão cheio de eco.
Vão
contra a forma, a rima
A
menina.
O
tema.
A
fé que não pode ser vista, só cheirada.
Um
cheiro atômico de meias palavras
farejadas
pelo cão guia
que
vê sem cores, sem sabores,
a
religião do cego.
A
fé do ventre macio e escuro
não
tem o interior róseo da mulata
mas
tem a ignorância sábia
do
verbo acreditar.
É
não ver, para crer.